Essa Questão de se Definir ou Denominar
- Patrick Leitão
- 14 de mar.
- 4 min de leitura

Essa Questão de se Definir ou Denominar As Seres Desencarnados Como Espírito Está Mal Situado - Conversa entre Pai Guine da Angola e o seu discípulo Cícero
Cícero: - Saravá sua boa vontade, meu bom ‘preto-velho’. Este seu filho aqui está, como sempre, esperando suas lições...
Preto-velho: - Este ‘véio’, hoje vai falar difícil! Vou abordar esclarecimentos internos, pois há necessidade disso.
Cícero: - Está bem, ‘preto-velho’. Quem quer aprender tem que sair da preguiça mental, tem que puxar pelo raciocínio, pelo estudo.
Preto-velho: - Essa questão de se definir ou denominar os seres desencarnados como espírito está mal situado, ‘Zi-cerô’...
Também o faço assim, porque todos o fizeram e esse habito está muito arraigado. No entanto, o ser que desencarna, livrando-se do corpo físico apenas, não vai ficar livre de outros veículos, isto é, não fica em sua condição de origem, de espírito puro. Não firmarei doutrina a respeito, todavia, porque iria embaralhar os entendimentos já acostumados na classificação genérica.
Assim, devo situar a questão dizendo que o espírito puro (sem nenhum veículo), esse desconhecido, ao tomar contato com a natureza matéria ou energia – massa, teve que construir, para seu uso e adaptação a essa mesma natureza, 7 veículos.
Um vai ser denominado de ‘corpo’ psíquico-karmânico, de ligação indireta, que existe em relação ao Ser, quer encarnado, quer desencarnado. Quatro, que vão ser denominados, pela ordem, como: ‘corpo’ ou alma do espírito, ‘corpo’ mental, corpo astral puro e ‘corpo’ ou elemento vital, que são fixos, efetivos, quer no desencarnado, quer no encarnado. E Dois, (que vão ser denominados de condensador – etérico e corpo denso ou físico) que são ligados no ser, somente quando encarnado.
Porque o espírito não é veiculo de coisa alguma, a não ser do Verbo de Deus-Pai.
Tentarei simplificar esse tema da melhor maneira possível, usando de alguns termos, já convencionados em outras Escolas e Correntes.
Cícero: - Qual é esse Um, dito como ligação indireta? Por que isso me surpreende completamente, visto jamais ter lido a respeito de 7 veículos, excluindo o espírito, em toda literatura considerada esotérica ou oculta, a não ser na obra "Sua Eterna Doutrina"...
Preto-velho: - Sim. De fato, essa quantidade de veículos surpreende. Mas é, ‘Zi-cerô’ , a questão fundamental do 1 mais 7 e nunca do 1 mais 6=7; pois o espirito está por fora de qualquer transformação de energia natural em estados, por mais sutis que esses sejam.
Vemos o caso: esse Um, dito como ligação indireta e que já ficou denominado como o seu ‘corpo’ psíquico-somático-karmânico, é o primeiro veículo.
É composto de certos estados ou combinações da substância-uma, essa que é composta de partículas ou dos corpúsculos primordiais, antes de se consubstanciarem em átomos propriamente ditos. É o ‘corpo’ de aferição de causas e efeitos – o seu regulador.
Não tem ligação direta com o espírito, carnado ou desencarnado, salvo casos especiais. Esse caso especial é quando um Ser assim dito como Nirmanakaya ou nossos Intermediários, estando desobrigado de seu karma individual inerente às reencarnações, deixa de plasmar neste duplo-astral somático, as ações e reações provenientes de personalidades humanas, pois junta-se a esse corpo, que passa a ser o veiculo-próprio para lidar na linha de Ascensão que depende de Matéria, até a hora da imigração, pois que, de todos os outros veículos já se ‘despiu’, isto é, de todos que usou na Ronda das Encarnações, inclusive o que foi corpo causal dito como elemento formativo de sua alma...
Até este desaparecer, visto ter desaparecido com sua última personalidade. Caso queira cumprir missão espontaneamente ou por determinação das Hierarquias Constituídas, precede às imantações em torno deste ou apropriação de ‘elementos’ em torno deste – a fim de descer ao astral inferior.
Cícero: - Por que os chamas de regulador de causas e efeitos?
Preto-velho: - Esse corpo somático, filho, como frisei, tem ligação essencial com o ser ou criatura, porém está afastado dele. Existe como seu arquivo-astral-kármico em determinada zona cósmica e circunscrita à faixa vibratória do planeta Terra.
Esta zona com esses ‘corpos’ ou arquivos astrais estão sujeitos à fiscalização dos Tribunais Superiores Espirituais, os mesmos que em outras Escolas são chamados de Tribunais dos Senhores do Carma, mas, por isso mesmo, não deixa de ser um veículo de ligação cármica, é claro.
É através desse ‘corpo’, dessa ‘placa fluídica’, que se processam as imantações ou os registros das aquisições positivas e negativas das criaturas, que vêm pela corrente eletromagnética, e age como canal natural das vibrações próprias a essas criaturas, plasmando, imprimindo ou arquivando as variações de seu carma, pela soma das ações ou da evolução que alcançou em cada encarnação, ou seja, decorrente de cada personalidade.
Cícero: - Segundo entendi, a corrente eletromagnética é o canal, isto é, o veículo por onde são canalizadas as vibrações próprias dos espíritos que vão dar nesse ‘corpo’ ou nessa placa fluídica, onde se imprime ou se arquivam, não é? Mas que vibrações são essas?
Preto-velho: - Digo vibrações, porque não tenho outro termo para definir essa energia, essa força própria da natureza espiritual, que parte do núcleo consciente ou inteligente do dito espírito, sob a forma de ideias, vontade, afinidade, e que se transforma em pensamentos e daí em ações mentais e físicas que, por certo, têm que ser canalizadas pelos veículos naturais, já próprios de energia-massa ou matéria, seja ela na forma de sólidos, líquidos, gasoso, fluídicos, etc. E é assim que se firmou a regra do ‘nada se perde, tudo se transforma’ (Lei de Lavoisier).
Vê-se então que o ‘nada se perde’ se aplicar a qualquer coisa que vibra e, vibrando, existe. O ‘tudo se transforma’ aplica-se ao que ‘não se perde’. Sofre adaptações, cai na atração da lei natural, busca seus elementos afins. Enfim, tudo é regulado dessa ou daquela forma. E não esqueça de que há também uma regra oculta no que tange ao concerto cósmico: ‘tudo no Universo é medido, pesado e contado’.
E não poderia deixar de ser, pois não se compreenderia a existência das leis cósmicas e morais sem as ações ou condições regulativas... Seria o caso de vermos o planeta Terra sair de sua órbita eletromagnética.
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