Conversa entre Pai Guiné da Angola e o seu Discípulo Cícero - Parte 3
- Patrick Leitão
- 16 de fev.
- 2 min de leitura

Cícero: - Desculpe, Pai Preto, queira repisar mais esta lição porque, em todos os aspectos ou classes, tenho visto coisas relacionadas com magia. Em todas assisti riscarem pembas dessa ou daquela forma.
Preto-Velho: - Bem, "Zi-ceró", isso quer dizer que você notou com segurança as três discriminações que fiz. Pois é claro que essa primeira classe é a que mais trabalho nos dá, devido ao seu volume, quantitativo e qualitativo. Nela, os filhos, levados pela justa tendência de suas finalidades, entram na corrente de Umbanda ou resolvem “fazer” Umbanda.
Até aí, tudo certo, mas logo decidiram praticar “magia de encenação”, através do que têm visto fazer sob forma de grosseiras oferendas e sacrifícios que envolvem e atraem forças do astral inferior, que passam então a dominá-los, visto eles não terem o conhecimento certo dessas coisas, mormente quando riscam pembas (por impulso), desconhecendo completamente a expressão mágica dos verdadeiros sinais riscados, causando assim, pela confusão na corrente mental e astral que por força de tudo isso está formada ou se forma, devido às arações ou afinidades que vão imperar.
Na segunda classe, mesmo dentro da sinceridade, dos bons propósitos, contando até com filhos estudiosos, muitos egressos de outras correntes ou religiões, são inúmeros os filhos que de repente se empolgam e fogem do ângulo religioso, doutrinário, começando também a praticar certos atos que pretendem ser de magia, por conta própria, embora em plano mais suave os primeiros.
Ora, se eles não estão ordenados ou mesmo capacitados para tal fim, se eles não têm o conhecimento que o assunto requer e ainda sem o beneplácito ou a garantia dos Guias e Protetores, para isso, o que pode acontecer?
São logo envolvidos pelas forças relacionadas e invocadas que, não encontrando elementos de garantia neles, tomam o campo, incentivam lhes a vaidade latente, dessa ou daquela forma, atacam um ponto fraco qualquer... e lá vem mais atividade para nós, mais fiscalização, etc.
Em pouco tempo esses bons filhos criam o seu “cascãozinho”, que enrijece tanto, a ponto de vedar seu consciente à luz da humildade imprescindível ao bom umbandista.
Oh! Eterna vaidade, filha da ignorância!!! Até quando persistirás no inconsciente das criaturas, retardando sua evolução?
W.W. da Matta e Silva
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